terça-feira, 15 de setembro de 2009

Concurso da Câmara dos Deputados em 2007: outras irregularidades

Para o cargo de Analista de Recursos Humanos, 45 candidatos protocolaram documentos que apontam uma série de problemas na prova discursiva. Uma das alegações foi a de que a Fundação Carlos Chagas (FCC), banca organizadora do processo, só divulgou as regras de pontuação do teste escrito no dia da publicação das notas e, além disso, modificou os critérios de correção após receberem vários questionamentos.

Apenas no dia 29 de outubro, quando divulgou as notas, a FCC divulgou os primeiros critérios de correção das provas subjetivas. O documento atribuía 2,5 pontos para o candidato que “atendeu adequadamente às instruções”. Outros 25 pontos eram concedidos a quem “selecionou as idéias fundamentais do texto dado e apresentou-as respeitando as relações estabelecidas originalmente entre elas (isto é, se foi fiel ao texto)”.

Após a prova discursiva, 15 dos 25 primeiros candidatos com as melhores pontuações na primeira etapa foram eliminados. Com isso, 12 candidatos que estavam entre os piores na avaliação objetiva se classificaram. Com a inversão, um dos inscritos ganhou 104 posições, pulando da 119ª para a 15ª colocação. Outras 20 pessoas avançaram até 50 posições entre uma correção e outra.

Segundo o edital, os candidatos teriam que resumir um texto que versava sobre a área pretendida; nesse caso, recursos humanos. A prova apresentou um texto sobre loucura sem qualquer relação com a nossa área de atuação pretendida.

Além disso, não foram explicitadas as regras a serem seguidas, ou seja, os candidatos não sabiam se usavam como referência a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ou alguma outra fonte.

No dia 21 de novembro, dia da convocação para vista de provas, a FCC alterou as regras e definiu que seria descontado 0,25 ponto da nota de quem “desrespeitasse a norma culta da língua portuguesa”. Fato surpreendente foi que dentre os 537 inscritos, nenhum teve nota que apresentasse 0,25 no final. Ora, se o critério tivesse mesmo sido aplicado, seria pouquíssimo provável que ninguém fosse penalizado com base nele.

A Câmara dos Deputados informou que está apurando as questões e vai entrar em contato com a reportagem quando houver resposta. A Fundação Carlos Chagas não respondeu aos questionamentos dos candidatos.

O que faremos? Vamos rir juntos ou chorar juntos?
Nada disso! Vamos nos mobilizar e acabar com essa imoralidade!

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